Energia em transformação: como a open innovation acelera a transição energética

Por Bruno Rondani, CEO da 100 Open Startups

O setor de energia está no centro de uma transformação global sem precedentes. A crescente demanda por eletricidade, impulsionada pela digitalização, eletrificação da indústria e expansão de tecnologias como a Inteligência Artificial, coloca pressão sobre sistemas energéticos já desafiados por metas de descarbonização e sustentabilidade.

Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), a demanda global por eletricidade deve crescer em média 3,4% ao ano até 2026, puxada principalmente por países emergentes como China, Índia e outras economias da Ásia-Pacífico (IEA – Electricity 2024). Segundo a BloombergNEF, os investimentos globais em transição energética somaram US$ 2,1 trilhões em 2024.

Além disso, com a rápida evolução da inteligência artificial e o crescimento exponencial dos data centers, a IEA projeta que o consumo elétrico desse setor poderá mais que dobrar até 2030, alcançando cerca de 945 TWh – equivalente ao consumo atual do Japão (IEA – AI & Electricity Demand). O Plano Decenal de Expansão de Energia 2034 (EPE/MME) prevê que as fontes renováveis permanecerão acima de 80% na matriz elétrica brasileira.

Diante desse cenário, torna-se evidente que a energia não pode mais ser tratada como um insumo periférico. Ela passa a ser elemento estratégico para a competitividade, a sustentabilidade e a inovação das empresas.

Open innovation: o modelo mais eficaz para transformar desafios energéticos em soluções viáveis

Na última década, acompanhamos de forma sistemática, por meio do Ranking 100 Open Startups, como a open innovation tem se consolidado como principal alavanca de transformação em setores estratégicos.

No setor de Energia, essa tendência é particularmente evidente, com mais de R$ 1,44 bilhão movimentados em projetos colaborativos entre corporações e startups em 2024 (metodologia auditada do Ranking 100 Open Startups), um crescimento de 110,2% em relação ao volume de 2023.

A lógica da open innovation é clara: em vez de depender exclusivamente de P&D interno ou fornecedores tradicionais, empresas estabelecem parcerias com startups, centros de pesquisa, universidades e até empresas de outros setores para cocriar soluções com maior agilidade e alto potencial de impacto.

No setor energético, os casos de sucesso como o da Neoenergia com a Delfos, no qual o uso de Inteligência Artificial reduziu falhas em parques eólicos em 15% (ANEEL P&D 2024).

Outras soluções disponíveis envolvem:

  • Adoção de novas tecnologias de geração e armazenamento (como hidrogênio verde, baterias avançadas e solar distribuída) por meio de parcerias com EnergyTechs;
  • Digitalização de processos com uso de inteligência artificial, sensores, automação e digital twins utilizando soluções de EnergyTechs;
  • DigiTechs focadas na implementação de redes inteligentes e sistemas de gestão ativa de consumo e demanda;
  • Exploração de modelos como geração compartilhada, comunidades energéticas e créditos de carbono em parceria com EnergyTechs;
  • Projetos de descarbonização, eficiência energética e economia circular por meio de soluções das EnergyTechs.

Essas e muitas outras soluções estão sendo implementadas em contratos reais de open innovation entre corporações e startups, registrados em milhares de parcerias anuais no nosso ecossistema.

O que as corporações estão buscando: aprendizados dos Grand Challenges

Nos Grand Challenges de Energia da 100 Open Startups, conseguimos mapear as principais dores e desafios das empresas do setor, entre elas:

  • Eficiência energética e digitalização do consumo;
  • Redução de perdas técnicas e aumento da confiabilidade das redes;
  • Acesso a tecnologias limpas e baixo carbono;
  • Integração de energias renováveis e soluções de armazenamento;
  • Ampliação do acesso à energia por meio de modelos flexíveis e inclusivos.

O que essas demandas têm em comum? Elas são complexas, interdependentes e urgentes – e por isso exigem soluções colaborativas, desenvolvidas com a agilidade e criatividade que só a open innovation proporciona.

Outro case de sucesso envolve a Copel e a BeeFlow, no qual o uso de digital twins reduziu as perdas técnicas em 8% em apenas 12 meses.

Brasil: vocação para liderar a inovação em energia

Ainda assim, integrar modelos ágeis a estruturas corporativas tradicionais é um desafio crítico.

O Brasil reúne condições únicas para se destacar nesse processo: uma matriz energética predominantemente renovável, institutos de excelência tecnológica, hubs de inovação em expansão e um ecossistema vibrante de startups Energy Techs ou que atendam às demandas do setor de Energia.

Esse ecossistema estará reunido no Energy Summit 2025, onde a 100 Open Startups promove a Open Innovation Week – Oiweek Energy Summit: um ambiente focado na conexão direta entre startups, corporações, cientistas, investidores e especialistas que estão moldando o futuro da energia por meio da colaboração.

Estar nesse ambiente e participar ativamente desse ecossistema é extremamente estratégico para quem faz parte do setor. Não se trata mais de uma escolha: inovar de forma colaborativa passou a ser imperativo competitivo. As corporações brasileiras que operam com open innovation colhem os frutos em forma de ganhos operacionais, reputacionais e estratégicos.

O setor energético demanda e cada vez mais demandará soluções que nenhuma organização sozinha conseguirá construir. Afinal, se os desafios são compartilhados, as soluções também devem ser, e a open innovation é a chave para desbloquear o futuro energético de que o mundo precisa.

Inscreva-se na Oiweek Energy Summit 2025 e agende seus Speed-Datings: 100os.net/Oiweek_Energy_Summit.