Gestão de ecossistemas: entenda de uma vez por todas o que é
Veja como a sua corporação pode extrair valor a partir da gestão de ecossistemas
Hoje em dia, a inovação nas empresas depende cada vez mais da atuação em ecossistemas. Ou seja, com a estruturação de planos de open innovation, corporações precisam interagir com diversos agentes, de dentro para fora.
É necessário proliferar a palavra da open innovation internamente, fazendo com que todos os colaboradores percebam a importância das inovações a partir da colaboração. Com esse pensamento, a inovação na empresa vai aumentando e daí surge a necessidade de interagir com mais pessoas e mais empresas, por exemplo, as startups.
Esse conjunto de participantes, responsáveis pelo desenvolvimento e entrega de ações inovadoras dentro e fora da empresa, representa um ecossistema. São agentes que não precisam fazer parte de um mesmo time, de uma mesma empresa. Eles podem agir de forma independente. A grande diferença é que para o ecossistema funcionar é necessário que esses agentes trabalhem coletivamente, gerando uma proposta de valor coerente para todos.
O que é gestão de ecossistemas
Sabendo, portanto, o que é um ecossistema, fica mais fácil de falar sobre a gestão de ecossistemas. Nada mais é do que o planejamento, organização e execução de atividades. Ou seja, como a corporação faz a gestão de todas as frentes: do fornecedor ao cliente, por exemplo. Na imagem abaixo, exemplificamos como é composto o ecossistema do iFood.
Na imagem, é possível identificar diversos agentes, como: supermercados, restaurantes, operadores de entrega e de pagamento.
Assim, a gestão de ecossistema do iFood precisa, obrigatoriamente, integrar todas as pessoas que estão em todas as camadas de atuação da empresa. Imagina só: um cliente pede uma refeição, ele paga a partir do pix e, quando a refeição chega, o entregador diz que não foi pago. A tendência é que esse cliente culpe o iFood, e não a empresa responsável pela operação do pagamento. O resultado: o iFood perde valor aos olhos do cliente.
A partir dessas explicações, perguntamos: a sua empresa faz gestão de ecossistemas? Como? Você sabe identificar quais são os agentes que compõem o seu ecossistema? A sua empresa enxerga como a proposta de valor é criada em conjunto com outros agentes? Você identifica barreiras para a gestão de ecossistemas na sua empresa? Você identifica armadilhas para a gestão de ecossistemas na sua empresa?
Sim, são muitas perguntas, porque a gestão de ecossistemas não é tão simples como parece. Não basta, por exemplo, criar um hub ou uma plataforma para gerir o seu ecossistema. Contudo, a gestão de ecossistemas é, sem dúvidas, uma ação repleta de benefícios.
Gestão de ecossistemas: benefícios e como colocar em prática
A lista é longa! Com um ecossistema bem alinhado, a corporação tende a se destacar muito no mercado e, assim, novas possibilidades de desenvolvimento vão surgir. Alguns dos benefícios da gestão de ecossistemas:
- Escalabilidade do negócio;
- Maior engajamento dos agentes que compõem o ecossistema;
- Criação de uma proposta rica de valor, que engloba toda a empresa e chega ao consumidor final;
- Fortalecimento da cultura organizacional;
- Maior visibilidade no ecossistema de inovação.
Sendo a gestão de ecossistemas uma ação obrigatória para quem trabalha com a inovação aberta, algumas dificuldades vão, sim, surgir ao longo da estruturação dessa gestão. É importante que a corporação busque entender como o ecossistema de inovação funciona, quem o compõe, quais são as características dos agentes que trabalham com a corporação.
Por exemplo, a corporação precisa entender como são os processos de uma startup. Só assim o relacionamento entre as partes funcionará bem. No Programa 100-10-1 Startups, programa de capacitação em rede, você conhece e se aproxima de um dos principais players do ecossistema de inovação, capacitando-se para gerar valor com esse ecossistema por meio da open innovation com startups, e ainda tem a oportunidade de monitorar e se antecipar às novas tecnologias e soluções da sua área.
Colocar a gestão de ecossistemas em prática demanda, portanto, uma análise completa da sua corporação e dos processos inovadores adotados. É necessário, ainda, conhecer, se relacionar e contribuir, na prática, com startups. Não se esqueça de listar também os demais tipos de fornecedores que fazem parte do seu ecossistema e como você deve gerar valor com eles. Além disso, interagir com outros players, como executivos de outras corporações, também é muito importante, já que você pode ter trocas bem relevantes com pessoas que passam – ou passaram – por dificuldades semelhantes às suas.
5 artigos de “cabeceira” sobre ecossistema e gestão
Para quem deseja se aprofundar no assunto, separamos cinco artigos que abordam o conceito de gestão de ecossistemas, quais são os agentes que compõem um ecossistema, cases de sucesso, exemplo da Tesla e os resultados extraordinários alcançados a partir da gestão de ecossistemas, e como a capacitação em inovação, especialmente em rede, fortalece a gestão de ecossistemas. Confira:
Desenvolvimento de Capacidades para a Gestão de Ecossistemas de Negócios
O artigo apresenta os atores que integram um ecossistema: firma focal; fornecedores; complementadores e clientes. São nomenclaturas importantes e que estarão presentes em qualquer gestão de ecossistemas.
Além disso, o artigo aborda também os conceitos de Capacidades Operacionais e Capacidades Dinâmicas, que representam como uma determinada empresa consegue entregar ou gerar valor com os recursos e conhecimentos que possui.
Escrito por Fabio Farago – Pesquisador da FEA/USP
Como a Tesla Inc. se desenvolveu por meio de seu Ecossistemas de Negócios
Um exemplo prático de gestão de ecossistemas. O artigo mostra como a Tesla expandiu o seu negócio a partir de fornecedores e complementadores – conceitos apresentados no primeiro artigo da lista – e, ainda, como as capacidades dinâmicas desenvolvidas pela Tesla transformaram todo o setor automotivo.
Escrito por Fabio Farago – Pesquisador da FEA/USP
Como sua empresa pode crescer por meio de Ecossistemas de Negócios: Um Guia para Gestores
O artigo aborda quatro passos para uma empresa conseguir gerar valor e crescer, por meio do desenvolvimento de capacidades e da gestão de ecossistemas:
- Mapeando o ecossistema interno e externo;
- Mapeando as capacidades operacionais;
- Desenvolvendo capacidades dinâmicas;
- Usando o ecossistema para fortalecer capacidades;
Escrito por Fabio Farago – Pesquisador da FEA/USP
Como sua empresa se organiza para a gestão do Ecossistema de inovação?
O artigo traz questionamentos iniciais sobre a gestão de ecossistemas. É um artigo guia para corporações que ainda não sabem por onde começar a gestão de ecossistemas. A partir dele, você poderá tirar dúvidas como:
- Qual a melhor maneira de entregar essa mensagem aos meus parceiros?
- Quais estruturas de suporte garantirão a qualidade da entrega da proposta de valor completa (minha e dos meus complementadores)?
- As estruturas de relacionamento com o ecossistemas serão abrangentes em seu escopo ou especializadas?
- Quais estruturas são necessárias para manter a diferenciação do meu ecossistema?
Escrito por Lorenna Leal, Pesquisadora POLI USP.
Educação Corporativa: aprendendo em rede e criando conexões
Como comentamos, a gestão de ecossistemas significa como empresas conseguem criar e distribuir valor a partir dos atores que compõem o seu ecossistema. Assim, uma série de agentes precisam realizar trocas constantes para o alinhamento dessa gestão. Estamos falando de executivos, gestores, líderes em inovação, entre outros. Neste artigo, abordamos como a capacitação em rede e contínua, desse grupo, são elementos primordiais para a gestão de ecossistemas.
Movimento Cultura Aberta para Inovação
Lançado como resposta ao principal desafio identificado pelas corporações para gerar valor com startups – a necessidade de mais pessoas capacitadas e uma cultura de fato propícia à inovação aberta – o Movimento Cultura Aberta para Inovação tem encontros mensais. Na última edição, recebemos a equipe do Bridge Ecosystem, Joint Lab entre a USP, que tem como objetivo a geração de novas metodologias e ferramentas para a gestão de ecossistemas de inovação.