A evolução da open innovation 

Os modelos lineares de open innovation não fazem mais o mesmo sentido que faziam pouco tempo atrás. Agora, para inovar bem é preciso apostar na gestão de ecossistemas de inovação. 

Nos últimos três anos, a gestão do ecossistema de inovação se mostrou mais relevante do que nunca. Uma consequência da pandemia de Covid-19, que gerou uma necessidade imediata de empresas acionarem parceiros e fornecedores externos para lidarem com as adaptações que o momento exigia. 

Com isso, o modelo de open innovation linear evoluiu para a gestão de ecossistemas de inovação

Nesse artigo, falaremos sobre o que é inovação aberta, já que saber a origem e o que o conceito prega é essencial para entender a evolução da open innovation para gestão de ecossistema, outro termo que será explicado ao longo do texto. 

O que é open innovation

O conceito de open innovation, ou inovação aberta, surgiu em 2003, como uma teoria do professor norte-americano Henry Chesbrough, que diz que o processo de inovação é aberto, ou seja, é um processo que pode, em determinadas etapas, envolver propositadamente parceiros. Em outras palavras, é o conhecimento externo sendo utilizado no processo de inovação, que tem várias etapas, vários momentos.

No começo de sua teoria, Chesbrough focou bastante na Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e no ato de encontrar fontes de inovação ao longo desse processo. Ele evolui isso para a abertura do processo e, também, para a exploração da inovação nos modelos de negócios, na sua comercialização, no outro lado do funil, ou seja, como levar inovações para o mercado de uma maneira também inovadora. 

Em outras palavras, essa inovação pode ser de origem tecnológica ou científica, mas pode ser também na própria forma como se oferece um serviço ou um produto, e como ele é consumido pelos seus usuários ou clientes.

A evolução da open innovation para gestão de ecossistemas de inovação 

A gestão de ecossistemas de inovação é um fenômeno que vem se fortalecendo ao longo do tempo. Temos grandes referências que mostram a importância disso, como a Apple e sua App Store, e o Google, com seu Google Play, empresas que fizeram de seu principal negócio uma plataforma de inovadores.

Temos, hoje, startups servindo de fonte de inovação para plataformas geridas por grandes empresas. Essas plataformas tinham o nome de programas de inovação aberta, e, hoje, entende-se que não estamos falando somente de um processo de inovação que começa pela ideação até chegar a um produto inovador no mercado (modelo linear de open innovation), mas sim na gestão de uma plataforma que permite que isso seja sistematizado.

Com isso, você passa a considerar a fonte da inovação e o processo todo aberto como “gestão do ecossistema”. Ou seja, você tem grandes empresas se disponibilizando, elas mesmas, como plataformas para startups disponibilizarem inovação no mercado. 

Nesse sentido, fazer a gestão de ecossistema de inovação passa a ser uma evolução da open innovation, assim como já ocorreu em recursos humanos, que passou a ser trabalhado como gestão de pessoas, ou na cadeia de suprimento, que passou para gestão de cadeia de valor.

A open innovation parte de um processo de gestão da inovação ainda linear, de gestão de parceiros externos. É como um adendo, um complemento ao processo interno principal. Por outro lado, a gestão de ecossistemas de inovação coloca os atores externos como parte essencial da capacidade da empresa de inovar, onde se estabelece uma relação de interdependência, que deve ser gerenciada de forma ampla, assim como outros processos fundamentais da empresa.

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Com isso, saímos de iniciativas ou programas de open innovation como complementos de um processo de inovação principal, para um processo de gestão, com ferramentas, metodologias e, principalmente, veículos de inovação com o ecossistema, que nutrem a capacidade da empresa de inovar e, ao mesmo tempo, também se beneficia dessa abertura. 

Gerando resultados a partir da gestão de ecossistemas

No artigo Desafios de Inovar em 2023 listamos os principais obstáculos que as corporações vão enfrentar ao longo do ano que se inicia para conseguirem inovar e crescerem de forma sustentável, e a gestão do ecossistema de inovação é um desses desafios.

Participar ativamente do ecossistema de inovação e fazer a gestão de forma eficaz, de modo que abranja todos os parceiros e fornecedores, é a recomendação de especialistas para que as corporações inovem mais. 

Ou seja, para se destacar nos próximos anos, os executivos deverão saber jogar o jogo de ecossistema: como acessar, monitorar, atrair, contribuir, criar e capturar valor do que é demandado e produzido pelo ecossistema de inovação.

Quanto mais efetivamente uma corporação conseguir gerir e nutrir o ecossistema de inovação ao qual ela pertence, mais chances de criar inovações de alto impacto e crescer de forma sustentável ela terá.

Saber extrair esses valores do ecossistema requer capacitação em inovação. Conheça o Programa 100-10-1 Startups, programa de capacitação em rede para a formação de mentores de startups. O Programa está capacitando milhares de pessoas que já perceberam que a capacitação em inovação é necessária para escalarem suas carreiras e para otimizarem os processos inovadores dentro de suas corporações.

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