Liderança compartilhada e inovação

A liderança compartilhada visa agregar valores por meio da flexibilidade, inovação e criatividade. 

As corporações são estruturadas para serem constantes, terem processos bem definidos e manterem a chamada “máquina de desempenho” em pleno funcionamento: eficiente, confiável, padronizada. Acontece que, para que sobrevivam ao longo do tempo, essas corporações também precisam mudar e se adaptar. Para que as mudanças aconteçam, é preciso que surjam líderes capazes de mobilizar e redirecionar a inovação. 

Com essa necessidade de transformação das corporações, surgiu o cargo de líder em inovação. Atribuía-se a esses profissionais a missão de garantir que os novos fluxos de ideias e as iniciativas para mudanças sobrevivessem até a fase de implantação. Ou seja, esperava-se que esses líderes se atentassem aos processos. 

Contudo, muitas atribuições dos líderes em inovação mudaram com o tempo, inclusive as características que definem liderança em inovação. 

Entenda o que é liderança compartilhada e como ela funciona

Em um mundo cada vez mais em rede, líderes capazes de mobilizar processos inovadores podem emergir de qualquer lugar: seja da alta direção ou do chão de fábrica, seja da área de P&D ou do marketing, seja um colaborador ou um parceiro externo. Esses líderes podem estar em startups, entre os clientes, entre consultores ou em qualquer outra instância do ecossistema de inovação com a qual a organização se relaciona.

E nesse sentido surge o conceito de liderança compartilhada, que visa envolver os colaboradores em todos os níveis, para que, conjuntamente, possam contribuir com ideias e fomentar mudanças.

A ideia de liderança compartilhada segue a lógica da descentralização da inovação. Ou seja, a inovação não pode ficar restrita apenas a uma área, a um time. A inovação é um processo construído por pessoas. Portanto, o papel do líder em inovação não segue mais o mesmo padrão de quando o cargo surgiu. Hoje, um líder em inovação precisa trabalhar conjuntamente com diversas áreas da corporação, capacitar-se constantemente e fomentar o conceito de inovação como parte do dia a dia de cada um da organização. 

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Não há inovação sem liderança

O conceito de liderança compartilhada complementa ainda o de Liderança Ambidestra. O líder ambidestro precisa entregar resultados frente a situações conhecidas ou frente a situações de incerteza. 

Observamos, portanto, que os papéis dos líderes em inovação, que estão presentes em diversas instâncias de uma corporação, vêm mudando constantemente. 

Isso porque as corporações existem em meio a um contexto de mudanças rápidas e radicais no qual a tomada de decisões não é um processo simples. Liderar para a inovação nesse meio, portanto, não é um problema técnico, mas um desafio adaptativo. O problema técnico é aquele em que se pressupõe que existe um repertório pré-concebido para agir. O desafio adaptativo, por sua vez, é aquele no qual se entende que as respostas precisam ser cocriadas.

Os estudos sobre liderança mostram que essa contraposição de cenários está intimamente ligada à diferenciação entre liderança e autoridade. Quando se entende a inovação ligada à autoridade, a postura que se espera é de alguém que toma a frente dos problemas no sentido de eliminar o caos e as tensões, esconder problemas e prover respostas práticas e objetivas. Nesse entendimento, busca-se alterar o mínimo possível a partir de soluções técnicas para os problemas que surgem e com o mínimo impacto.

Por outro lado, o líder, entendido como integrante de uma equipe – e não alguém que está acima dela -, tem nos desafios o seu material de trabalho. Ele orquestra e compartilha as dificuldades com os parceiros e, na busca por respostas, orienta a proposição de perguntas. Entende que os desafios são difíceis de identificar. Portanto, suas soluções precisam ser construídas e podem demandar mudanças profundas. É por isso que o líder, no contexto da inovação, tem um caráter fortemente empreendedor, sendo ele o dono da corporação ou não.

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