Effectuation e open innovation: a relação entre comportamento empreendedor e inovação
Veja como os conceitos de Effectuation e open innovation podem ajudar empreendedores e líderes em inovação a criar novas oportunidades de negócios e inovar de forma mais eficaz.
Planos de negócios, análises de mercado, estudos de comportamento do consumidor, pesquisas sobre tendências. São diversas as ferramentas às quais os empreendedores podem recorrer quando pretendem entender melhor o contexto em que atuam. O problema é quando a informação é tanta e tão determinista que trava uma das características mais marcantes do empreendedor: a tomada de decisão.
Quem afirma isso é a indiana Saras Sarasvathy, professora e pesquisadora de empreendedorismo da Darden School of Business da Universidade da Virgínia e eleita uma das 20 melhores professoras de empreendedorismo do mundo pela revista Fortune Small Business.
Saras tornou-se conhecida por estudar o processo de tomada de decisão do empreendedor e desenvolver o conceito de Effectuation. Ela é conhecida por suas contribuições para o campo do empreendedorismo, incluindo com a open innovation.
O que é Effectuation e quais são as suas vantagens
O Effectuation é uma abordagem ao empreendedorismo que enfatiza a importância de usar os recursos existentes para criar novas oportunidades de negócios.
Em vez de tentar prever o futuro ou planejar com base em um plano de negócios rígido, o Effectuation incentiva os empreendedores a assumir riscos calculados e a experimentar com ideias. Essa abordagem é baseada em cinco princípios:
Foco no que você tem: Em vez de se concentrar no que falta, os empreendedores devem se concentrar no que têm, incluindo seus recursos, habilidades e redes de relacionamentos.
Ação em parceria: Os empreendedores devem buscar parcerias com outras pessoas e organizações para compartilhar recursos e conhecimentos. No ecossistema de inovação, essas conexões tendem a acontecer de forma mais profunda, beneficiando todos que participam da rede.
Ação experimental: Os empreendedores devem experimentar com ideias e protótipos para descobrir o que funciona e o que não funciona.
Ação controlada: Os empreendedores devem assumir riscos calculados e limitar as perdas potenciais.
Ação flexível: Os empreendedores devem ser flexíveis e adaptáveis às mudanças nas circunstâncias.
Como effectuation e open innovation se complementam
A open innovation, por sua vez, é uma abordagem que incentiva as corporações a buscarem parcerias com outras organizações, como as startups, e colaborar com indivíduos externos para inovar e criar valor.
Sarasvathy argumenta que o Effectuation e a open innovation compartilham uma abordagem experimental, colaborativa e flexível ao empreendedorismo e à inovação. Ambos os conceitos incentivam os empreendedores e as corporações a assumir riscos calculados, experimentar ideias e buscar parcerias para maximizar o valor criado.
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Resumindo, o processo de Effectuation pressupõe o estabelecimento de parcerias e o trabalho em conjunto. Essa combinação de flexibilidade e tempo, bem como a disposição para empreender em conjunto são os elementos que fazem parte da inovação aberta.
“Esses conceitos tornam as corporações mais abertas para a criação de inovações e o estabelecimento de parcerias que podem se tornar vitais para o sucesso”, afirma Sarasvathy.
Líderes ambidestros: por que gestores de open innovation precisam aprender com os empreendedores
Ao olharmos para o perfil dos empreendedores, é possível identificar comportamentos bem similares. Os empreendedores tratam de colocar em prática suas iniciativas tão logo quanto possível, fazendo ajustes conforme a resposta do mercado. Mesmo quando erram, entendem que erraram barato por terem gastado pouco tempo, recursos e esforço tentando prever os resultados.
Essas características são fundamentais também para que líderes em inovação possam promover processos inovadores mais assertivos, de alto impacto e contínuos.
Esses são chamados líderes ambidestros, profissionais que entregam resultados frente a situações conhecidas ou frente a situações de incerteza. Além disso, são capazes de inovar e empreender sempre que exista uma oportunidade e focam em impactar positivamente as organizações e os ambientes em que atuam quando mudanças são exigidas.
Ou seja, são líderes que sabem da importância do olhar empreendedor, bem como os comportamentos, ferramentas e caminhos que esses empreendedores utilizam para escalarem um negócio.
Cada realidade é uma realidade. Assim, as tomadas de decisão não precisam necessariamente seguir a lógica do Effectuation. É claro que ter acesso a informações qualificadas é importante, assim como planejar com calma e seguir os processos da corporação. Porém, hoje em dia, líderes em inovação não podem se limitar a isso.
Quando líderes em inovação são capazes de entender e utilizar a lógica do empreendedor, há um ganho enorme para o desenvolvimentos de novas ações inovadoras. O método de efeito fomenta mais a criação de contatos e parcerias. Esses conhecimentos e conexões são essenciais para que o líder em inovação esteja cada vez mais preparado para os desafios que surgirão.