Mulheres empreendedoras que estão liderando a open innovation no Brasil
Conheça 3 mulheres empreendedoras de sucesso que estão à frente de startups líderes em open innovation
Representatividade importa e é fator multiplicador. Quando falamos da representatividade feminina no mercado de trabalho, falamos sobre histórias, desafios, lições que valem ouro e que transformam realidades. Ver mulheres empreendedoras atuantes é uma chancela para que mais empreendedoras surjam no mercado. E os efeitos da representatividade feminina estão sendo percebidos no mundo das startups, onde, cada vez mais, surgem mulheres empreendedoras que assumem cargos de liderança.
A representatividade feminina em startups é crucial para criar um ecossistema empreendedor mais diverso, inclusivo e equilibrado. Isso não só pode levar a melhores resultados para as empresas, mas também inspirar mais mulheres inovadoras a criar oportunidades para atender às necessidades específicas das mulheres como consumidoras.
Olhando para a representatividade feminina nas startups, é possível identificar que a presença feminina tem crescido nesse tipo de empresa. O Ranking 100 Open Startups identificou que a representatividade feminina entre sócios-fundadores das startups líderes em open innovation no país apresentou crescimento em relação ao ano anterior, passando de 30 para 65 startups.
Mulheres empreendedoras: conheça 3 referências brasileiras
No hall de mulheres empreendedoras que são referência em open innovation no Brasil, estão Vanessa Vilarino Louzada, Jaqueline Padilha e Victoria Hipolito. Perguntamos às três quais foram os desafios pelos quais elas passaram ao longo das suas jornadas como mulheres empreendedoras e quais foram os aprendizados conquistados ao lidar com esses desafios. Veja a seguir.
Vanessa Vilarino Louzada | CEO e Co-Fundadora da startup Deep Legal
Vanessa Louzada é advogada e psicóloga. Em 2017, Vanessa, conjuntamente com seus sócios Raul Figueiredo e Ricardo Rezende, fundou a LegalTech Deep Legal Analytics. A startup oferece monitoramento, comparação e predição de dados jurídicos. Por meio deles, a startup ajuda seus clientes a tomarem decisões mais assertivas, de forma otimizada. A startup foi premiada no Ranking 100 Open Startups 2022 na categoria RegTech, além do reconhecimento na categoria especial TOP Empreendedorismo Feminino.
Para Vanessa, estar em reuniões com público e posturas masculinas, em outras em que o interlocutor espera pelo “sócio (homem)”, ou a falta da escuta e considerações de soluções, são exemplos de desafios que as mulheres têm que ultrapassar quanto ao que pode ser atividade de homem ou atividade de mulher.
“Para lidar com isso, a autoconfiança é fundamental. Incentivo a participação das mulheres nos espaços de decisão. Referência, escuta ativa e ações afirmativas são práticas que passei a adotar para equidade”, complementa.
Jaqueline Padilha | COO e Co-fundadora da Talent Academy
Jaqueline é psicóloga especializada em Psico-oncologia e pós-graduada em Administração e Economia pelo Insper. Conjuntamente com Mauricio Betti, CEO, e Renata Betti, CMO, fundou a Talent Academy, em 2018.
A Talent Academy é uma HRtech B2B focada no sucesso do colaborador. A plataforma da startup integra toda a jornada do profissional, gerando trilhas personalizadas para os colaboradores e people analytics para gestores e RH. Atualmente, a plataforma da startup conta com mais de 130 mil pessoas, espalhadas em 40 países. A Talent foi premiada no Ranking 100 Open Startups 2022 na categoria EdTechs – Educação Corporativa e na categoria especial TOP Empreendedorismo Feminino.
Para Jaqueline, o desafio que mais marcou a sua jornada profissional foi de lidar com a autoconfiança. “No início, eu me pegava pensando se era capaz, colocava em dúvida os meus próprios conhecimentos e se, de fato, eu estava agregando valor para o negócio. Quando rompi essa barreira e virei a chave, fiquei ainda mais engajada, aprendi mais, naveguei por temas completamente novos e fui vencendo desafio por desafio”, afirma.
“Todo desafio é uma oportunidade para aprender algo novo. A gente nunca vai saber tudo, mas precisamos ter interesse genuíno em aprender sempre. Além de termos as pessoas certas do nosso lado. Precisamos confiar e alavancar o melhor de cada pessoa que trabalha ao nosso lado” complementa.
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Victoria Hipolito | CEO e Co-Fundadora da engagers
A engagers, startup recém-fundada, conta não apenas com a CEO Victoria como liderança feminina empreendedora, mas também com Andreia Mosca e Laila Aaltonen, Co-fundadoras.
Em 2022, a startup chegou ao mercado anunciando uma solução cobiçada de implementação de treinamentos corporativos em alta escala. Na plataforma, a startup trabalha gamificação para construção de treinamentos que realmente engajam e retém mensagens no cérebro dos participantes. A engagers foi premiada na categoria HRTechs – Engajamento, Performance e Cultura e na categoria especial TOP Empreendedorismo Femino do Ranking 100 Open Startups 2022.
Para Victoria, a síndrome de impostora, que cerca a realidade das mulheres, não é nada clichê.
“Por que superar a síndrome da impostora soa super clichê na jornada de qualquer empreendedora? Porque ela é MUITO real. E ainda tem sido a minha batalha diária por aqui. Aprendi que, para criar uma empresa com uma visão muito ambiciosa, é preciso estar empoderada”, afirma.
Além disso, a CEO ressaltou que contar com as suas Co-fundadoras e com uma rede de amigas empreendedoras foi essencial para se empoderar e não deixar a sua impostora sobressair.
Superando desafios com o ecossistema de inovação
Infelizmente, muitas pessoas ainda acreditam que os negócios são uma área para homens, e as mulheres muitas vezes enfrentam estereótipos negativos que as desencorajam de buscar oportunidades empreendedoras. Isso pode limitar o acesso das mulheres a recursos e oportunidades importantes e afetar sua confiança em suas habilidades como empreendedoras.
Contudo, o ecossistema de inovação tem sido um espaço muito aberto, um espaço de redes, de trocas. Um espaço que valoriza a diversidade em diversas instâncias.
Assim, participar dele, enquanto mulher empreendedora, é uma boa forma de lidar com problemas e desafios. Pois nele há milhares de outras mulheres que podem contribuir para os seus desafios, mulheres empoderadas, que carregam bagagens de experiências do meio empreendedor.