Open innovation supera venture capital na geração de valor para startups
As 100 startups do Batch 2016 do Ranking 100 Open Startups disparam em valor de mercado, saindo de R$ 500 milhões para R$ 8,5 bilhões em apenas 6 anos.
Após a primeira publicação do Ranking 100 Open Startups, que destaca as startups que melhor desempenham em parcerias de open innovation com corporações líderes, muitos investidores de fundos de venture capital argumentavam que essa conexão poderia ser até mesmo prejudicial para o desenvolvimento das startups.
Nada melhor do que os dados para explicar o fenômeno!
Do lado dos investidores de venture capital, formulava-se a hipótese de que, ao se abrirem para uma relação de inovação com corporações, as startups poderiam atrasar o seu próprio crescimento. Essa hipótese era principalmente fundamentada pela falta de expertise das corporações em gerar valor para as startups e os potenciais conflitos estratégicos com a corporação parceira.
Entretanto, em 6 anos, o que vimos foi que o portfólio formado pelas 100 startups premiadas no Ranking 100 Open Startups atingiram resultado de causar inveja a qualquer fundo de investimento.
Dados de crescimento TOP 100 Startups
Das 100 startups premiadas em 2016: 50 delas continuam ativas; 20 receberam aporte de venture capital posteriormente à premiação; 5 foram adquiridas por outras corporações; 4 receberam investimentos de fundos de corporate venture capital; 2 captaram via plataforma de crowdfunding; 8 atingiram status de scaleup e uma se tornou unicórnio. O total de capital levantado por essas 100 startups no período foi de R$2,5 bilhões.
Utilizando a principal métrica de medida de sucesso do venture capital (valuation), a valorização dessas 100 startups, da data em que foram premiadas em 2016 até o momento, foi de 17 vezes, saindo de um valor estimado de R$ 500 milhões para R$ 8,5 bilhões.
Fazendo-se uma estimativa simplificada, imaginemos um fundo de venture capital investindo em todas as 100 startups assim que elas fossem anunciadas no Ranking. Definindo um ticket médio de R$ 1 milhão de investimento em cada startup a um valuation pós-money de R$ 5 milhões, o fundo teria uma participação de 20% em cada uma delas. Considerando as captações posteriores e a diluição média dessa participação para 12% – valor médio de mercado para o período considerado – o retorno desse portfólio alcança a marca de 10 vezes.
Como referência, um fundo que retorna 10 vezes o valor investido, ou seja, pouco mais de 47% ao ano, é considerado Top 4% dos fundos de venture capital americano, de acordo com os dados da National Venture Capital Association.
A Open Innovation vai continuar gerando valor para as startups
A expectativa é que os próximos batches tenham desempenho superior ao primeiro, dado o crescimento da rede e o amadurecimento geral do ecossistema, tanto do lado das startups, corporações, quanto do próprio mercado de investimento em startups.
Prova disso é o aumento de startups e corporações participantes do Ranking. Desde 2016, a plataforma cresceu de 1050 startups para mais de 20 mil startups e de 342 corporações para mais de 7 mil. Em 2021, o Ranking bateu recorde, com mais de 26 mil relacionamentos declarados. Segundo o estudo Panorama da Open Innovation entre Corporações e Startups no Brasil I 2016-2021, a Open Innovation com Startups mais do que dobra a cada ano, e não há sinais de que esse crescimento vai parar tão cedo.
“O resultado do 1º Batch do Ranking 100 Open Startups mostra a efetividade do método proposto pela 100 Open Startups, que destaca as startups pelo seu desempenho no relacionamento com corporações, além de mostrar como a open innovation gera valor para o ecossistema”, afirma Bruno Rondani, CEO da 100 Open Startups.
Confira todos os insights do estudo.
Startups destaque do Batch 2016
Confira algumas das startups que englobam a análise do Batch 2016 e que tiveram um crescimento extraordinário após serem destacadas como startups líderes em open innovation:
Banco Neon (controly): Fintech fundada em 2016, a startup virou unicórnio, em 2022, após receber investimento de R$ 1,6 bilhão. O banco digital já soma 15 milhões de clientes e fornece serviços financeiros para pessoas físicas e jurídicas de pequeno porte, como contas digitais gratuitas, empréstimos pessoais e cartões de débito e crédito.
Sólides: HRTech que fornece ferramentas de suporte para tomadas de decisão, desenvolvimento, avaliação de desempenho, acompanhamento profissional para empresas. O último aporte recebido, neste ano, foi de US$ 100 milhões (cerca de R$ 530 milhões), em rodada série B promovida pela gestora de private equity Warburg Pincus.
Hi Platform: startup de Customer Experience (CX) que se firmou como a maior plataforma de relacionamento entre marcas e consumidores do país. A empresa possui 1,4 mil clientes e levantou R$ 55 milhões de investimento na sua última rodada, em 2020 .
Agrosmart: AgriTech que oferece soluções de ponta para corporações e produtores, como: coleta, controle, monitoramento e análise de dados de solo, planta e atmosfera. Em 2019, a startup recebeu aporte de R$ 22 milhões.
RankMyApp: Fundada em 2015, o RankMyApp é a primeira empresa brasileira 100% focada em inteligência e performance mobile, sendo referência global em inteligência de marketing e gestão de mídia para aplicativos. A startup possui uma carteira ativa com mais de 200 clientes em 7 países e recebeu o seu último investimento em 2020, pelo fundo de venture capital KPLT.
I.systems: Fundada em 2006, a startup tem como solução a aplicação de Inteligência Artificial e de tecnologias exclusivas de automação e controle avançado para a Indústria 4.0. Em 2018, recebeu aporte da Grão junto com a Provence Capital.