Papo de CEO: veja como a Sensedia está revolucionando o mercado de APIs mundo afora
No Papo de CEO, conversamos com Kleber Bacili, que contou como a startup captou, apenas na última rodada, R$ 120 milhões da Riverwood e como o negócio está escalando para o mercado americano e europeu.
A Kombi é uma marca registrada da história da Sensedia. Foi nela que Kleber Bacili e Marcilio Oliveira deixaram a incubadora em Campinas e fizeram a primeira mudança de escritório, das muitas que marcaram a evolução da startup. Hoje, a Kombi é ponto de encontro dos colaboradores na sede, que se reúnem para trocar ideias e para tomar um choppinho.
Do spin-off com a CI&T, a Sensedia saiu de 10 colaboradores para 850 em 14 anos. Um salto que reflete o amadurecimento da startup no mercado de gestão de APIs (Application Programming Interface). São mais de 200 corporações que abriram as portas para a transformação digital por meio da plataformização e integração de APIs.
Dentre os clientes da Sensedia, estão grandes corporações, como Natura, Porto, Zurich Seguradora, Neon (que foi de startup premiada no Ranking 100 Open Startups a unicórnio brasileiro), além de empresas no exterior, passando por Peru, Colômbia, México e, mais recentemente, Estados Unidos e Inglaterra.
No papo de CEO, Bruno Rondani, CEO da 100 Open Startups e Kleber Bacili, Co-founder e CEO da Sensedia, conversaram sobre o crescimento da startup, como a empresa iniciou o seu processo de internacionalização, a partir do investimento captado em 2021, e sobre gestão de cultura.
Papo de CEO: Sensedia rumo à internacionalização
A Sensedia se estabeleceu no mercado brasileiro a partir da gestão e aplicação de APIs para diversos fins. Com o crescimento de modelos de marketplace, no Brasil, a startup pôde amadurecer o seu modelo de negócio e escalar. A consolidação da marca abriu portas para desenvolver APIs com foco em Open Banking e Banking as a Service. Segundo Kleber, essas duas frentes foram alavancas que possibilitaram o desenvolvimento e o investimento para novas aplicações da solução.
Com credibilidade no Brasil, e já com clientes e ações em outros países da América Latina, o próximo passo da jornada de sucesso foi estruturar uma estratégia para conquistar clientes nos Estados Unidos e na Europa, locais, segundo Kleber, com terreno fértil para o crescimento do negócio.
“Aqui no Brasil, a gente estava jogando o Campeonato Brasileiro, mas tinha uma Champions League acontecendo lá fora que a gente queria conquistar”, comenta Kleber.
Foi daí que a startup começou a buscar investimentos de fundos estrangeiros, fundos que tivessem cases e estruturas bem consolidadas para apoiar a busca por mercados externos.
Durante o processo de captação, a startup conversou com fundos e com grandes investidores brasileiros. Nas conversas, o objetivo era claro: pedir conselhos e feedbacks sobre a proposta. “Se você quer dinheiro, peça conselho. Se você quer conselho, peça dinheiro”, afirma.
De mentoria a mentoria, o pitch foi se ajustando. Para Kleber, foi essencial se aproximar dos players brasileiros para que a proposta ficasse mais redonda e madura para os fundos estrangeiros.
“Essa é uma das características mais marcantes do ecossistema de inovação no Brasil. A colaboração entre players deve ser uma premissa para quem deseja escalar de forma sustentável. A colaboração é tudo no quando o assunto é open innovation” afirma Rondani.
Assim, após diversas trocas, conexões, mentorias e feedbacks, a startup captou, em 2021, R$ 120 milhões com o fundo Riverwood Capital.
A captação series A foi totalmente focada no Growth Round, uma rodada de captação para atingir novos mercados. E assim se consolidou. Menos de um ano após a captação, a Sensedia já está presente na região sudeste dos Estados Unidos e também abriu operação no México.
Com o foco da internacionalização, a startup precisou desenvolver novas análises e ações para se firmar nos terrenos exteriores, uma vez que a marca concorre com grandes nomes do setor. Apesar dos desafios, a Sensedia já está garantindo faturamento fora do Brasil. Hoje, 10% da receita vêm dos contratos com clientes externos. Segundo Kleber, a previsão é que, nos próximos anos, esse percentual chegue a 50%.
Com a expansão, a startup também estruturou uma estratégia de Discovery, em que é feito um estudo de mercado da localidade onde a empresa deseja captar clientes. Assim, nem todos os mercados, por exemplo, estão sob o guarda-chuva da Sensedia. A partir de ações de marketing, da atração de leads e como eles se comportam, é que a startup analisa se vai ou não estar presente em determinada região.
Kleber reforça, ainda, a importância de realizar benchmarkings para a idealização de novas frentes. “Hoje, eu não olho só para empresas concorrentes, mas também para empresas comparáveis, para empresas que possuem o nosso porte, e analiso a performance delas”. Além das corporações, a Sensedia realiza parcerias com outras startups, fomentando uma conexão entre empreendedores.
Leia também: Valuation: como sustentar o valor da sua startup ao longo da jornada de investimentos
Transformação Cultural na Sensedia
Com a expansão, a Sensedia passou a ter 550 novos colaboradores em um ano. Ao todo, são 850 colaboradores, sendo que mais de 70% trabalham em regime totalmente home office. Além de brasileiros espalhados pelo nosso território, há cerca de 40 colaboradores que trabalham em outros países.
Segundo Kleber, ter uma equipe vasta, espalhada por diversos países, é um desafio no que tange à transformação cultural. Por isso, a startup também criou ações de comunicação para que os times estejam em total sintonia.
O alinhamento é de ponta a ponta, envolvendo todas as lideranças e todos os colaboradores.
A sede da startup, localizada em Campinas, é o espaço para que os times que trabalham no home office possam se encontrar para o desenvolvimento de novos projetos e inovações, bem como para terem treinamentos e outras ações que demandem a presença física.
Fórum TOP Open Startups
Este Papo de CEO é parte do Fórum TOP Open Startups, que visa promover a aproximação dos fundadores e fundadoras das startups premiadas no Ranking 100 Open Startups desde sua primeira edição, publicada em 2016. O objetivo é gerar um espaço de trocas, aprendizados e redes de contatos, trazendo para pauta temas de relevância para o dia a dia dos negócios, com enfoque especial na captação de investimentos. As atividades do fórum fazem parte dos benefícios exclusivos para startups premiadas no Ranking 100 Open Startups.